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terça-feira, 11 de novembro de 2014

Agora Escuta! A publicidade infantil em alta


Porque nem tudo é pérola e poesia...


Para aqueles estudantes e demais interessados que prestaram o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) neste último fim de semana, o título desta postagem parece não ter mistério. E na realidade não tem mesmo. 
Todos sempre se surpreendem com a criatividade (ou falta de?) na escolha do tema para a redação de cada ano no exame. E cabe a nós a expectativa - e a frustração as vezes - de aguardar até o virar da capa do caderno de questões do segundo dia. E o tema deste ano foi o citado no título: a publicidade infantil em questão no Brasil.

Para mim, uma dissertação sempre foi um desafio. Todos os professores sempre pregaram o mesmo sermão: a introdução e desenvolvimento sempre estão em sintonia, agradáveis de se ler e coesos. O problema é a tal da conclusão. Acho que porque nunca consegui dar um bom conselho (pra quem já fiz isso, mil perdões) ou resolver discussões alheias. Ou vai ver, não nasci com o dom para resolver os mistérios da vida.

Enfim, o tema foi algo inusitado, confesso. Mas creio que não foi algo tão complexo de se desenvolver quando comparado aos anos anteriores. Nesta postagem, mostrarei um pouco da minha redação, em uma versão "estendida".


No mundo moderno e amplamente competitivo em que vivemos hoje, as disputas comerciais tornaram-se cada vez mais acirradas. E isto não se resume apenas na população adulta. Basta dedicar alguns minutos diante de uma programação televisiva para encontrar pelo menos uma propaganda voltada ao público infantil. E dependendo do horário, as propagandas tendem a focar unicamente as crianças, de modo que todos ou quase todos os comerciais são destinados à elas. Isso sem contar os canais pagos exclusivos para os pequenos, que além da programação, contam com o apoio comercial em todos os aspectos relevantes. Afinal, o financeiro sempre fala mais alto neste aspecto.


Eis que lanço aqui uma pergunta, caro leitor: o que a mente de uma criança é capaz de compreender numa transação comercial, desde a concepção do produto até a sua venda ao consumidor?
Guarde sua resposta.

Esse tipo de publicidade é mal vista pelos pais e pelos defensores dos direitos das crianças. Segundo eles, suas mentes não são capazes de distinguir o meio financeiro entre as figuras coloridas que cativam o olhar, as músicas que embalam as brincadeiras ou seus amigos artistas incentivando à comprar. Até mesmo os mais velhos acabam se rendendo a artigos "batizados" por seus ídolos e ícones do momento. Não posso me excluir desta lista de modo algum. Já fui criança. E já quis muita coisa desnecessária.

 
Mas claro, não podemos esquecer o outro lado. Se as empresas de brinquedos e afins perderem esta oportunidade, os prejuízos podem ser imensos. Afinal, pra cada brinquedo feito, existe pelo menos uma pessoa que participou de alguma fase do processo de fabricação. Se essas empresas chegam a falir por falta de vendas, os empregos desaparecem. Não que isso seja uma justificativa.

A realidade é que é difícil (impossível seria uma palavra melhor?) agradar os dois lados de uma história. Isso já nos foi provado por anos. Mas toda essa propaganda sem dúvida acaba gerando conflitos de interesse, incentivando a compra desnecessária e criando uma vida cultivada com capitalismo excessivo. Calma crianças, não estou proibindo ninguém de comprar nada!

Não sei se uma solução ou apenas um tampão, mas, são os pais que compram esses produtos. A publicidade deveria ser voltada à eles, com o intuito de mostrar a importância lúdica e a possibilidade de inclusão não só para divertimento como também para melhoria do aprendizado. Será que algum dia veremos alguém mostrando como a "Sonho Azul" pode ser importante para o desenvolvimento do seu filho?

Só nos resta esperar. Ou continuar comprando.

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